sábado, 5 de abril de 2014


O rato do campo convidou para almoçar o seu parente, o rato da cidade. A sua toca ficava num tronco de uma azinheira e mal lá chegaram uma bolota caiu na cabeça do convidado.

Para comer havia uma sopa de ervas que, para o rato do campo, parecia deliciosa. O rato da cidade habituado a manjares mais finos, suava ao comê-la.
- Chega de sopa! – disse por fim o convidado – Isto não é comida de ratos. Vem à minha casa na cidade e verás o que é bom.

O rato do campo não queria ir, mas o parente pôs-lhe o boné na cabeça e arrastou-o para a agitada cidade.
Uma vez lá quase foram esborrachados, mas o rato da cidade não parecia ver qualquer perigo.
- Provarás o presunto que tenho na adega – dizia.

 De facto, a adega estava cheia de coisas boas e do teto pendia um aromático presunto, mas para o comer era preciso roer a corda e fazê-lo cair.
O rato da cidade subiu agilmente para a corda e roeu-a. O presunto caiu no chão, causando um grande susto ao primo do campo.
Mas o estrondo também foi ouvido pelo dono do presunto, que apareceu na adega com o seu gato.
O rato do campo não hesitou e saiu disparado por um buraco.
O rato do campo correu para a sua toca, a pensar que sabia melhor uma sopa comida tranquilamente no campo do que todos os manjares do mundo.

    Autoria: Girassol Edições, transcrita por Tomas Chaves Horta.        



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